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KAKINHA – COMBATIVIDADE EM CAMPO

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Determinados jogadores deixaram marcas indeléveis na história da Associação Atlética Votuporanguense. Muitos, pelo futebol soberbo que possuíam; outros, pela dedicação. Uma terceira categoria pode ser adicionada: aqueles que eram exemplo para seus colegas de equipe. Esse é o caso de Kakinha, um misto de lateral e zagueiro. 
Orlando Rodrigues Daniel, ou simplesmente Kakinha, nasceu em Caiabú/SP, cidadezinha próxima a Presidente Prudente, no dia 20 de setembro de 1959. O futebol para ele surgiu nos Jogos Escolares, o que o levou a disputar campeonatos juvenis em Adamantina. Em 1978 foi convidado a atuar pelo Guarani FC daquela cidade, que então disputou o campeonato estadual da terceira divisão. Seu estilo raçudo, de marcação incansável e velocidade na caça dos pontas começaram a chamar a atenção de vários clubes para aquele atleta polivalente de 1,73m de altura. 
“Eu era funcionário da Prefeitura de Adamantina, e por isso tinha uma agenda bem apertada. Os treinos físicos eram às 6 da manhã e os coletivos à tarde, duas vezes por semana”. Depois de um bom desempenho nos campeonatos de 1980 e 1981, o lépido lateral foi convidado pelo locutor Carlos Hernandes para um período de testes no Fefecê. Pediu um afastamento por 30 dias do emprego público e lá se foi para Fernandópolis. 
Participou de 3 amistosos envergando a camisa do FFC: 0 a 0 contra o Goiânia e o Jalesense; e uma vitória por 2 a 0 contra o mesmo Jalesense. “O Rubinho, técnico na época, me aprovou e assinei contrato para jogar na temporada de 1982. E aqui começa o currículo de bons exemplos de Kakinha na área educacional: terminou o colegial em Fernandópolis, sempre procurando cumprir seus objetivos nos estudos. 

Em 1983 foi contatado pela Votuporanguense, pela qual jogou até 1985. Sempre estudioso, cursou Ciência Contábeis na Unifev. Em campo, dedicava-se com mesma intensidade. Contratado para jogar nas laterais, converteu-se em um zagueiro muito reconhecido pelos torcedores da Alvinegra graças à sua voluntariedade, força na marcação e uma velocidade singular para um zagueiro. “A nova diretoria do clube, especialmente em 84 e 85 trouxe muitas melhores e tivemos boas participações nesses campeonatos”. 
Kakinha nos oferece uma passagem curiosa e engraçada que teve lugar em 1984. “Foi em um treino recreativo antes de um jogo muito importante pelo campeonato. Eu estava treinando e tive uma crise de soluço muito forte, a coisa não passava. O presidente, que era o técnico interino, me chamou a atenção. Eu respondi que era sério, os soluços não passavam. A situação foi ficando cada vez mais tensa. Ele mandando bronca para cima de mim, e eu mal conseguia responder. Foi até o ponto em que ele quase me agrediu sem parar de gritar e me xingar. De repente, acho que de tão nervoso que fiquei, que a crise passou. Uma situação engraçada e ao mesmo tempo trágica. No dia seguinte, ele me escalou e fui um dos melhores em campo. E sem soluços”. 
Kakinha continua: “No final de 1985 renovei o contrato por um ano. Durante as férias, fui aprovado em um concurso da Telesp, uma perspectiva mais estável para um ‘boleiro’. Dessa forma, retornei à Votuporanga somente para agradecer e me despedir da diretoria, torcedores e companheiros de bola. A mudança não foi fácil e senti muito o impacto de me afastar do futebol profissional”. Mas Kakinha não sossegou com os estudos e se graduou em Telecomunicações. 
Ao mesmo tempo, esse fato relevante na vida do zagueiro talvez tenha sido sua única tristeza no futebol. A falta da torcida, da presença em campo e do ópio do esférico calaram fundo no coração: “Não foi fácil a mudança; porém, hoje agradeço e continuo batendo minha bolinha”. Sua maior alegria? Ele diz que foi a conquista de muitas e muitas amizades através do futebol, notadamente em Adamantina, Fernandópolis e Votuporanga. “Olha, eu não era craque, mas jamais sofri uma contusão, sempre tive boa saúde e nada desse gênero me prejudicou nas partidas”, diz com sinceridade. 
Hoje curte a aposentadoria em Adamantina, ao lado da esposa Cidinha e dos filhos Renan (engenheiro civil) e Ana Laura (jornalista) – ambos residem em Maringá/PR. Depois de 73 partidas na Votuporanguense e muitas outras por onde passou, Kakinha ainda demonstra raça nos jogos dos veteranos de Adamantina por esse interiorzão afora. A antiga velocidade foi substituída pela eterna condição de “fominha” por uma partida de futebol. 

 

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