Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

CLAUDIO CRAVEIRO – O REPÓRTER INTRÉPIDO

Imagem1

O carro de som passa vagarosamente pelas ruas de Votuporanga, e só se ouve: “ATENÇÃO, ATENÇÃO, sensacional jogão de bola nesse domingo no Estádio Plínio Marin!”. Ou ainda, as mensagens da rede de Supermercados Santa Cruz há 30 anos consecutivos: ATENÇÃO, ATENÇÃO dona de casa! Preços arrasadores nesta quarta-feira no Supermercado Santa Cruz. Minha senhora, o Manoel, o Marcelo e a Andréia fazem de tudo para o Santa Cruz oferecer a melhor qualidade no menor preço”. Nessa função, o “Claudião” é incomparável e marcante em suas locuções entusiasmadas.
Nas ondas do rádio, era um tal de “BELEZA, BELEZA, BELEZA”. Sim, estamos falando do impagável e astutamente inteligente radialista Claudio Craveiro, lenda viva e testemunha ocular do futebol e das coisas votuporanguenses. Claudio é filho da Votuporanga, onde nasceu no dia 2 de abril de 1949, na rua Alagoas. Filho de Manoel Nogueira e Rosa Craveiro Nogueira, casou-se com Doremi e tiveram dois filhos: Claudio Filho e Eloá, que lhe deram os netos Lucas, Claudio Henrique e Ravi, todos nascidos na Cidade das Brisas Suaves. Divorciou-se da esposa e tem como companheira Eliana há 17 anos.
Joel Zanela, o “Joel Louco” o levou para a Rádio Piratininga como operador de som. Em 1967 se tornou locutor sob a gerência de J. Hawilla; contudo, para felicidade geral, foi exercer a reportagem de campo. Depois de muitos anos na Piratininga e tendo sido protagonista das mais folclóricas histórias que se pode imaginar, Claudio perambulou pelas rádios Marajoara de Belém do Pará; Educadora de Fernandópolis; Rural de Piracicaba; Clube, 8 de Agosto e Cidade, de Votuporanga. Foi parceiro de narradores e comentaristas lendários, como J. Hawilla, Yata Jr., Fauze Kanso, Léo Oliveira, Adenílson Silva, João Carlos Ferreira, Carlos Hernandes e Antônio Carlos Camargo e muitos outros.
Famoso pela frase “Olha o fio, pô!”, Claudio diz que ela nasceu em um jogo da Seleção Brasileira em Uberlândia, contra a Bulgária. Ele estava na Rádio 8 de Agosto na ocasião. “Naquela época, o repórter tinha de andar com uma maleta e uma monte de fios. Lá pelas tantas, o Neto ia ser substituído pelo Dener. Quando o Neto estava saindo, todo mundo foi pra cima dele. Eu, feito um trator, passei por cima de todos. Eu abracei o Neto, dei uma gravata nele e falei que era a Rádio 8 de Agosto de Votuporanga. E todo mundo pisando nos meus fios e aí eu dei a bronca: olha o fio, pô… vocês não tão vendo, car…? E aí a coisa pegou – olha o fio, pô!”. Essa é uma de suas marcas registradas, além do “beleza, beleza, beleza”.
Os “causos” dele são inúmeros, mas a história “claudiana” que ficará para toda a eternidade envolveu nada mais, nada menos, do que o Rei do Futebol, o eterno Pelé. Era 1973, ano da despedida do craque, um dos últimos jogos do Santos foi contra o América, em Rio Preto. “O árbitro, o José de Assis de Aragão me expulsou por causa da entrevista com o Pelé, mas eu consegui a entrevista. Fui para lá com o Ezupério e o Beni Andrade. Jogo para começar, o Aragão ia apitar o início e de surpresa, eu invadi o campo e comecei a entrevistar o Rei. O Aragão ficou p…, quis que eu me retirasse e eu prossegui. Aí o Pelé mandou ele esperar porque o rapaz (eu, o repórter) merecia pelo atrevimento. Nunca vou me esquecer (risadas)”.
Assim era Claudio Craveiro como repórter: sem fronteiras, destemido e folclórico. Adorado e admirado por onde passou, hoje está aposentado e curte a família. Palmeirense verde-roxo, sempre estampa um sorriso no rosto.
“Beleza, beleza, beleza”

Abrir bate-papo
Memorial Votuporanguense
Olá
No que podemos ajudá-lo?